Governo federal dos EUA executa primeira mulher em 67 anos
Lisa Montgomery, condenada em 2007 por assassinato, recebeu injeção letal após ter pedido de clemência ignorado pelo presidente. Governo Trump tem acelerado execuções antes da posse de Joe Biden.
Lisa Montgomery, de 52 anos, é a 11ª pessoa executada nos Estados Unidos desde 2020. |
Autoridades federais americanas executaram na madrugada desta quarta-feira (13/01) a primeira mulher em 67 anos, após a Suprema Corte do país eliminar o último entrave que impedia a execução e depois da rejeição de um pedido de clemência feito ao presidente Donald Trump.
Lisa Montgomery foi condenada em
2007 pelo sequestro e assassinato por estrangulamento de Bobbie Jo Stinnett,
que estava no oitavo mês de gravidez. A agressora ainda removeu o feto do útero
da vítima. A criança sobreviveu.
Recursos foram impetrados em
vários tribunais para impedir a execução, que inicialmente estava marcada para
esta terça-feira na Câmara de execuções do Departamento de Justiça em Terre
Haute, estado de indiana. Montgomery, de 52 anos, recebeu uma injeção letal do
poderoso barbitúrico pentobarbital.
A advogada de Montgomery, Kelley
Henry, considerou a execução como "um exercício cruel, ilegal e
desnecessário de poder autoritário”. "Ninguém contestou de modo crível a
debilidade mental de longa data de Montgomery, diagnosticada e tratada pela
primeira vez pelos médicos do próprio Departamento Prisional”, observou.
Segundo o Departamento de
Justiça, alguns familiares de Stinnett estiveram no local para testemunhar a
execução, a primeira de uma mulher pelo governo federal dos Estados Unidos
desde 1953.
As execuções federais nos EUA
estiveram paralisadas durante 17 anos, com apenas três homens executados desde
1963. A prática foi retomada no ano passado. O presidente Donald Trump já havia
deixado claro seu posicionamento em defesa
da pena capital, antes mesmo de entrar para a política.
A execução de três outros
condenados nos últimos dois meses também quebrou uma tradição de 130 anos
nos Estados Unidos de interromper a aplicação de penas capitais durante uma
transição presidencial.
Execuções aumentam durante
governo Trump
Os advogados de Montgomery
pediram clemência ao presidente na semana passada, ao afirmarem que ela cometeu
o crime após ser repetidamente abusada e estuprada pelo padrasto e seus amigos
durante a infância. Eles pediam a comutação para uma pena de prisão perpétua.
Esta foi uma das três execuções
que o Departamento de Justiça programou para a última semana de Trump na
presidência. As duas outras, marcadas para esta quinta e sexta-feira, foram
adiadas após um juiz em Washington permitir que os dois condenados por
assassinato possam se recuperar da covid-19.
A morte de Montgomery foi a
primeira em 2021 e a 11ª desde o ano passado. Em 2020, as autoridades federais
executaram dez pessoas. Já autoridades estaduais executaram sete pessoas ao
longo do ano passado. Foi a primeira vez que o governo federal executou mais
condenados do que todos os estados americanos somados, segundo o Centro de
Informações sobre a Pena de Morte.
Ao contrário de Trump, o
presidente eleito, Joe Biden, é contra a pena de morte e poderá suspender todas
as execuções durante seu governo.
Noticia: dw.com
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